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História


Nossa Senhora da Penha, a Padroeira
1. Culto a Nossa Senhora da Penha
Existia no norte da Espanha uma serra muito alta e íngreme chamada Penha de França, na qual o Rei Carlos Magno teria lutado contra os Mouros, desbaratando-os.
Por volta de 1434, certo monge francês sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que lhe apareceu no topo de escarpada montanha, cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão Vela, ou Simão de Paris, assim se chamava o monge, durante cinco anos andou procurando a mencionada serra, até que um dia teve a indicação de sua localização e para lá se dirigiu. Após três dias de intensa caminhada e escalando penhas íngremes, o monge parou para descansar, quando viu sentada perto dele uma formosa Senhora com o Filho ao colo, que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Auxiliado por alguns pastores da região, conseguiu achar a imagem que avistara em sonho.
Construiu Simão Vela uma tosca ermida neste local, que logo se tornou célebre pelo grande número de milagres alcançados por intermédio da Senhora da Penha e, mais tarde, ali foi construído um dos mais ricos e grandiosos santuários da cristandade.
Em Portugal, o culto de Nossa Senhora da Penha iniciou-se após a batalha de Alcácer-Quibir.
Naquela época, uma peste assolou o país e, como a Espanha se livrara do flagelo graças à intervenção de Nossa Senhora da Penha, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir-lhe um grandioso templo, se Ela livrasse a cidade da moléstia. Extinguiu-se a epidemia quase subitamente, e a Câmara mandou edificar magnífico santuário naquele local. Este templo passou a atrair milhares de peregrinos e em certa ocasião um devoto, tendo subido ao alto da penedia, vencido pelo cansaço adormeceu. Uma grande cobra aproximou-se para picá-lo quando um enorme lagarto saltou sobre ele despertando-o a tempo de matara serpente com o seu bastão. Essa é a razão pela qual a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto

2. O Convento da Penha, em Vitória
Durante o Governo de Vasco Fernandes Coutinho, na Capitania do Espírito Santo, chegou a Vitória (Vila Velha) Frei Pedro Palácios, franciscano espanhol, que trazia na sua bagagem um belíssimo quadro de Nossa Senhora, o mesmo que ainda existe no Convento da Penha de Vitória.
Na azáfama do desem­barque, não notaram os companheiros o desapa­recimento do santo frade e somente após dois dias acharam-no numa gruta ao pé da montanha, onde havia exposto o painel da Virgem, convidando os fiéis à prece e à meditação.
Certo dia os devotos não encontraram Frei Pedro e nem o Painel. Pelo latido do cãozinho que sempre o acompanhava, descobriram-no na escarpa do morro que domina a bela Baía de Vitória. Contou então que o painel havia desaparecido e ele estava a procurá-lo. Após ingentes esforços, um grupo de pessoas conseguiu atingir o cume do monte e ali, entre duas palmeiras, encontraram a pintura. Religiosamente foi a tela reconduzida à gruta, mas, algum tempo depois, o quadro da Virgem novamente desapareceu, sendo encontrado ainda uma vez no píncaro, entre as duas palmeiras. Resolveu então o frade construir uma ermida no cume do penhasco, e ele mesmo, velho e alquebrado, carregou os primeiros materiais até o lugar da capela.
Ao fazer explorações preliminares para a construção da projetada ermida, retirando algumas pedras soltas que se achavam debaixo das palmeiras, descobriu de repente um manancial suficiente para as obras. Era a Senhora da Penha que recompensava a fé de seu carinhoso servo.
Realizado o seu grande sonho, a Igreja foi solenemente inaugurada a 1°. de maio de 1570 e, enquanto se elevavam os foguetes e as manifestações de alegria dos que ali se encontravam, subiu ao céu a alma de Frei Pedro Palácios ao som dos sinos da Ermida da Penha.
Seus sucessores ampliaram a primitiva Capela fundada em 1558, como diz a inscrição, e construíram o convento que abriga hoje a imagem de Nossa Senhora da Penha, encomendada por Frei Pedro em Portugal e aqui chegada um pouco antes da inauguração da Igreja. Dizem que o Frei a encomendara a um amigo em Lisboa, para o qual mandara um "croquís" e as dimensões da mesma. Tendo ele se esquecido de providenciar a aquisição, na véspera da partida do navio para o Espírito Santo, um desconhecido se apresentou ao comandante, entregando-lhe a encomenda que não lhe fora feita e que, apesar disso, veio como Frei Pedro pedira.
A Igreja da Penha de Vitória é uma das mais famosas e lendárias de nosso país e entre os milagres que glorificam este santuário conta-se o seguinte: - Por ocasião do ataque dos holandeses à Capitania do Espírito Santo em 1640, após a tomada do Porto de Vila Velha, eles já começavam a fortificar-se quando, diante de seus olhos atónitos, o santuário foi se transformando em castelo cercado de fortes muralhas e defendido por um esquadrão de soldados. Do monte descia muita gente a pé e a cavalo, todos com armaduras reluzentes e bem preparados. No morro, no entanto, não havia ficado pessoa alguma e a própria imagem tinha sido removida para o convento de São Francisco. À vista desse espetáculo aterrador, os holandeses fugiram desordenadamente e voltaram às suas naus.
Este milagre, assim como muitos outros acontecidos por intermédio da Virgem Maria, foi perpetuado em famosa tela do pintor Benedito Calixto e o Convento a Penha é hoje o símbolo do Estado do Espírito Santo, figurando nas armas e no selo do território capixaba.
Iconografia: A imagem comum do título é a do viajante a cavalo, atacado por uma cobra e salvo por um jacaré versão brasileira do lagarto). No alto vê-e Nossa Senhora da Penha com o menino Jesus no braço esquerdo e a mão direita estendida, segurando às vezes um cetro. Esta representação da Virgem da Penha é, geralmente em pinturas, pois as esculturas mostram só Maria com o menino ao colo.


Igreja Matriz ápós a última reforma
3. Nossa Senhora da Penha, em Pocrane
Nosso 6°. Pároco, Pe. Waldir da Silva Soares, auxiliado pelo Dr. Taumaturgo, discorre sobre o culto a Nossa Senhora da Penha, nas terras de Pocrane.
“Ao ser criado o Distrito de Paz, foi ele oficialmente batizado com o nome de Nossa Senhora da Penha de Pocrane.
Parece-nos que o nome era já antigo. Quem sabe vindo do frances Guido Tomás Mlarlière, que legou esta devoção ao seu afilhado e fiel servidor Guido Pocrane.
Por essa época os territórios de Minas Gerais e Espírito Santo tinham suas fronteiras conturbadas. E era comum entrar em território Capixaba pensando quê era mineiro e vice-versa. A posse destas terras foi, às vezes, violenta. Muitos combates foram travados até que os limites foram estabelecidos. Apesar disso, pela proximidade de suas terras, pela contínua convivência, aprenderam mineiros e capixabas a respeitar e admirar os valores de cada um.
Há muitas coincidências entre Nossa Senhora da Penha de Vila Velha e Nossa Senhora da Penha de Pocrane.
Sabem os antigos dessa região que a atual Avenida Minas Gerais era separada da rua São Benedito (ou rua Sagrados Corações) por um pequeno outeiro, conhecido pelo nome de "Morro da Igreja". Afirmam ainda que, no alto do morro, havia uma pequena formação rochosa, o que faz tornar-se semelhante ao lugar onde está o Convento da Penha. Naturalmente, o nosso em menor proporção. (Pocrane está a 242 metros de altitude da Penha onde está o Convento). O certo é que, em ambos os casos, houve uma grande prova de devoção à Santíssima Virgem, Senhora de tantos nomes.
É bom esclarecer que, no limiar de nossa história, a festa da padroeira era realizada de 1°. a 15 de agosto, todos os anos. Ela era comparada à festa do mês de Maria e à dos Reis, realizada do Natal a 06 de janeiro.
Feliz o povo que preserva a sua história. Dela fazem parte os locais, os personagens, os momentos, os acontecimentos, as circunstâncias, os costumes e as crenças. Sem tais elementos, ausente estaria a história. E um povo sem história, transforma-se em uma comunidade morta. Pocrane tem a sua história politico-administrativa, social e religiosa. Levando em conta que Penha significa penhasco, rocha, pedra, faz sentido a nossa paróquia trazer o nome da padroeira: Nossa Senhora da Penha!”

A Pré-História da Paróquia


1. O Indígena Guido Pocrane
Guido Tomás Marlière, francês, militar, viera para o Brasil junto com a corte de Dom João VI (1808). Após um grande trabalho com os índios de Presídio (hoje Visconde do Rio Branco), Marlière realiza com êxito missões nos aldeamentos do Rio Doce e, aos 29/04/1824, é nomeado pelo Imperador "Comandante de todas as Divisões do Rio Doce".
Em vez de lutar contra os índios, Marlière os procura conquistar com a amizade, valorizando-os e respeitando seu modo de viver. É nessa época que tem os primeiros contatos com o índio Pocrane, que habitava a região onde hoje se encontra a cidade de Pocrane. Vamos transcrever uma página do historiador mineiro Oiliam José, em seu livro "Marlière, o Civilizador":
"Pocrane tornou-se conhecido de Marlière em 1819, quando, em companhia de outros botocudos, foi até o quartel do civilizador. E daí por diante grande afeição uniu os dois.
Pocrane converteu-se à Igreja, batizou-se pouco depois, tendo Marlière por padrinho e acompanhava com interesse as cerimónias religiosas. Todavia, não deixou, apesar dos esforços de Marlière e de missionários que com ele lidavam, a poligamia e o hábito de vingança contra os puris. Mantinha quatro mulheres e procurava formar os filhos nos hábitos civilizados.
Não possuía o vício da embriaguez, tão comum entre seus irmãos da selva, e era de grande lealdade para com seu benfeitor, a cujas ordens penetrava nas matas para atrair os de sua raça à civilização. Corno "língua" ou intérprete, prestou a Marlière inestimáveis serviços, permitindo-lhe fazer entender-se pelos botocudos.
Usava calçados, mantinha planta­ções e criava animais domésticos num sítio vizinho do Ribeirão Pocrane, um dos tributários do Rio Manhuaçu.
Revelou tal apego à vida civilizada que não parecia proceder dos matos. Sofreu intensamente com a reforma de Marlière.
Faleceu em 1843, como soldado da 2ª Divisão, em idade relativamente jovem: cerca de 40 anos.
No meio em que residia, aplicava castigos aos indígenas indisciplinados.
Pocrane impressionava por seus hábitos de civilizado a quantos com ele lidavam.
Em homenagem à sua memória, deram o nome de Pocrane à cidade mineira cujos alicerces ele lançou e a qual se ergue nas terras outrora habitadas pelo decidido indígena e afilhado de Marlière."
Segundo o Dr. Taumaturgo, "o nome do índio Pocrane, para os dicionários de nossa língua, significa perneta ou maneta, o que sugeriu a muitos que esse índio fosse defeituoso de um desses seus membros ou de ambos. Entretanto, por um estudo mais acurado e em razão do trabalho catequético e pacificador que ele exercia, podemos pensar que ele recebera esse nome porque, a partir de então, ele não teria braços e pernas para a guerra, mas somente para a paz. O que significa que para a guerra, para as lutas desnecessárias ou para o canibalismo, ele se tornou Pocrane. O homem que não tinha braços, nem pernas para as finalidades que não fossem a paz e o trabalho.”


A antiga igreja de Nossa Senhora da Penha

2. O arraial de Nossa Senhora da Penha
Quem nos dá essas informações abaixo é o historiador pocranense Jonathas Durço, em seu livro "Pokrane" (1989).
Aos 17 de maio de 1843, Manoel António de Souza, antigo soldado que havia servido à Coroa, com permissão dos Comandantes dos Quartéis de Divisões, desceu o Rio Manhuaçu e se apossou dos terrenos do Rio José Pedro (Ipanema), Passagem (Açaraí), até o Aldeamento de Pocrane, chegando depois até Mutum.
Embora fosse de extensão tão grande, pouco valia. No ano seguinte, vendeu todo o território, por 60$000 (sessenta mil réis), ao Sr. António Dutra de Carvalho, que lhe pagou com dois burros e um poldro, que valeram 160$000, recebendo ainda 100$000 de volta.
Só na década de 1870, é que algumas famílias vindas do Estado do Rio, fazendo picadas na Mata, chegaram à região de Pocrane, liderados pelo Sr. Alves. Primeiras famílias: dos Alves, dos Bello (Coelho Pinto), dos Adrião, dos Oliveira, dos Pinto, dos Máximo e Gustavos.
São conhecidos alguns nomes desses primeiros habitantes brancos da região de Pocrane, que ajudaram a construir o arraial de Nossa Senhora da Penha: Joaquim Alves Pinto (Quinca Pinto), Belarmino Coelho Pinto (Bello), Pedro Alves de Lima, João Pinto (1874), João Inácio da Costa, José Máximo, Francisco Alves Pinto, António Rosa, Rosa Escrava, João Caetano, Manoel Alves, João Rodrigues, Joaquim Maurino, José Francisco de Lima, Luís Inácio de Bem, Luiz Congo, Martinho Rapadura, Joaquim Gama, António de Mello, José Pedra, Luiz Ferreiro, António Antunes de Sá, Fernandes Teixeira Bastos, Josué Gomes Cardoso, João Júlio, Júlio Brandão, João Boy, Francisco Augusto e António de Mello. Vindos de São Paulo (1880), Joaquim Pedro de Brito e seu genro José Rodrigues Pimenta (José Cirilo) estabeleceram-se na região de Taquaral.

3. A primeira Igreja de Nossa Senhora da Penha
O franciscano capuchinho Frei Bento de Búbio, em 1847, foi contratado pela Província do Espírito Santo para "Catequizar os índios da antiga aldeia de Guido Pocrane". Nessa época teria sido construída aqui a Igreja de São Benedito (pouco abaixo da Igreja Batista) demolida na década de 1930. Possuía uma imagem de Nossa Senhora, segundo consta, esculpida em madeira pêlos índios.
A antiga Igreja de Nossa Senhora da Penha começou a ser construída em 1880, pêlos Srs. Alves Bello, Joaquim Máximo e outros. Uma lista de doações dos moradores para as obras da Igreja atingia 206$ 100 (duzentos e seis mil e cem réis). O Documento diz: "Dinheiro pertencente a Nossa Senhora da Penha, entrando nesta conta dinheiro do sino e 12 mil réis das almas".
Sabemos que apenas uma parte dessa Igreja foi construída. No projeto inicial ela teria 2 torres. Só no início do século XX que se retomou sua construção: o projeto foi alterado, ficando mais simples: colocou-se um cruzeiro em vez das duas torres. Nesta segunda fase da construção da antiga Igreja de Nossa Senhora da Penha dirigiram as obras Augusto Olívio de Freitas e Barcelarzim.

4. Distrito e Município de Pocrane
Aos 07/05/1890, pelo Decreto n°. 56, Pocrane se tornou Distrito Policial do Município de Caratinga. Foi elevado a Distrito de Paz, pelo decreto n°. 171 de 22/08/1890, e pelas leis n°. 663, de 18/09/1915; e 673, de 05/09/1916.
Foi transferido do município de Caratinga para o de Manhuaçu, por decreto n°. 418, de 11/03/1891. Incorporado ao município de Rio José Pedro (Ipanema), por lei n°. 556, de 30/08/1911.
Tornou-se município e cidade, por lei n°. 336, de 27/12/1948, compreendendo os distritos da sede, Assaraí e Barra da Figueira (Cf. Toponímia de Minas Gerais).

5. Capela de Pocrane: seu atendimento religioso
Consta que a Capela de Nossa Senhora da Penha de Pocrane, por causa das grandes distâncias e limites incertos, foi atendida no início por Padres de Vermelho Velho, de Caratinga, de Santo António do Manhuaçu e, especialmente, pêlos Vigários de Ipanema. Tempos houve que mesmo padres do vizinho estado do Espírito Santo aqui celebraram e administraram  os  Santos   Sacramentos.
Certamente, zelaram pela Capela de Pocrane: Pe. António Ribeiro Pinto (1918-1920), Cónego António Aurélio Corrêa de Magalhães (1921-1922), Pe. Cândido Lizardo de Souza (1922-1932), Pe. Luís Ernesto (1932-1933), Pe. José Leite de Rezende (1935-1936), Pe. Carlos Greiner (1936-1938), Pe. Rivadávia Gomes da Silveira (1938-1941), com seu irmão Pe. Hermes; e Pe. António Vieira Coelho Torres (1941-1952).
Dessa época, a Cúria Diocesana de Caratinga possui um Relatório da Capela Filial de Nossa Senhora da Penha de Pocrane, com carimbo da Paróquia de Santo António do José Pedro (Ipanema), assinado pelo Vigário: António Ribeiro Pinto (1919), o nosso "santo" Padre António de Urucânia. Ali ele descreve:
"A Capela mede 91 palmos por 40 e acha-se em construção. É empreiteiro da Capela o Sr. Aristeu Alves Pereira. Tem também uma Capela medindo 60 palmos por 30, um altar tosco. Há um sino pesando 45 quilos, 2 bancos pequenos, 2 candeeiros, 2 caixas... alva, cíngulo, amito, 4 toalhas de linho já com alguns estragos, um missal bem conservado, uma pedra d'ara, um cálice de metal branco... 6 castiçais, sendo 2 de metal branco pequenos, 2 de prata pequenos, 2 de metal amarelo e dois castiçais de pau, estilo antigo... uma cruz de ouro pequena, 8 contas de ouro... uma imagem da Padroeira, medindo 45 centímetros, de madeira, bem conservada; uma de São Sebastião faltando as mãos; um crucificado com aste de madeira torneada; uma imagem de São Benedito, com 30 centímetros, também estragada; uma imagem de São João (pequena), S. Coração de Jesus e S. António pequeno em perfeito estado, uma estante de madeira em bom uso, 2 cabeças de cera, uma grande outra pequena, uma porção de cera. O Vigário: António Ribeiro Pinto".

III. A Paróquia de Pocrane. Ontem


Para ler a provisão de criação basta
clicar sobre a imagem.
É muito interessante
1. Três decretos de Criação da Paróquia!
Consta no Livro de Tombo da Paróquia de Nossa Senhora da Penha de Pocrane que Dom João Batista Cavati, Bispo Diocesano de Caratinga, oralmente e por carta de 14/07/1952, autorizou o Pe. Ricardo Bunzel a residir na Capela de Pocrane, filial de Ipanema. Deveria ter já os livros de Balizados e Casamentos.
O próprio Pe. Ricardo conta-nos que chegou a Pocrane dia 16 de julho de 1952: "Bati aquele sino, a igreja velha tinha um sino ao lado. Tinha uma escadinha. E eu subi a escadinha e repiquei o sino diversas vezes" (Entrevista com Jonathas Durço).
O próprio Dom João Cavati, no Documento da Página 27, afirma que a Paróquia de Pocrane fora erigida verbalmente.
A ereção verbal da paróquia foi pois no dia 16/07/1952.
Mas o Decreto de Instituição Canónica foi formalizado por Dom Cavati, só aos 18 de novembro de 1955, como podem ver no "fac-símile" da página 27.
O mais curioso é que esta Provisão, por algum descuido, não foi lançada nos livros da Cúria Diocesana de Caratinga. E, por isso, dia 16 de julho de 1977 (no Jubileu de Prata da Paróquia!), Dom José Eugênio Corrêa faz outro decreto de sua criação, nestes termos:
"Atendendo ao bem espiritual da paróquia de Pocrane, N. Senhora da Penha, criada aos 16 (dezesseis) de julho de 1952 (mil novecentos e cinquenta e dois), por Dom João Batista Cavati, Bispo de Caratinga, tendo como seu pároco, Pe. Ricardo Bunzel, e não se encontrando nesta Cúria Diocesana Documento Oficial da Criação da mesma, havemos por bem erigir, como pelo presente decreto erigimos, e efetivamente declaramos ereta, a Paróquia de POCRANE (N. S. da Penha), que foi toda desmembrada da paróquia de Ipanema. À Igreja Matriz se há de tributar especial honra, mormente por se conservar nela o Santíssimo Sacramento. Gozará de todos os direitos e privilégios que pelo direito comum competem às Igrejas Paroquiais.
Dado e passado na Cúria Diocesana de Caratinga, aos 1 6 de julho de 1 977.
Dom José Eugênio Corrêa, Bispo de Caratinga.

2. As Divisas da Nova Paróquia
1 . Com o município de Inhapim: Começa no rio Manhuaçu, na foz do córrego Santa Maria; desce pelo rio Manhuaçu, até a foz do ribeirão Alvarenga.
2. Com o município de Alvarenga: Começa no rio Manhuaçu, na foz do ribeirão Alvarenga; desce pelo rio Manhuaçu até a foz do córrego Japecanga.
3. Com o município de Conselheiro Pena: Começa no rio Manhuaçu, na foz do córrego Japecanga; desce pelo rio Manhuaçu até a foz do ribeirão do Bueno.
4. Com o município de Santa Rita do Itueto: Começa na foz do ribeirão do Bueno, no rio Manhuaçu; desce pelo rio Manhuaçu até a foz do rio José Pedro.
5. Com o município de Aimorés: Começa na confluência dos rios José Pedro e Manhuaçu; sobe o espigão divisor da vertente da margem direita do Rio José Pedro, continuando por este divisor (que em parte é divisor de águas do rio José Pedro e ribeirão do Capim), até defrontar a cabeceira do córrego da Lajinha, afluente do Rio São Manuel.
6. Com o município de Mutum: Começa no divisor de águas do Rio José Pedro e ribeirão do Capim, defronte à cabeceira do córrego da Lajinha (afluente do Rio São Manuel); continua pelo divisor da vertente da margem direita do Córrego da Lajinha, constituído pela Serra do mesmo nome, até defrontar a cabeceira do córrego do Areado; desce por este córrego até sua foz no rio José Pedro; sobe por este rio até a foz do córrego do Ingá.
7. Com o município de Ipanema: começa no rio José Pedro, na foz do córrego do Ingá; continua pelo divisor da vertente da margem direita deste córrego, até defrontar a cabeceira do córrego Santa Rosa, no divisor do ribeirão Pocrane e rio José Pedro; prossegue por este divisor geral, até defrontar as cabeceiras dos córregos Santa Maria e Tamanco; atinge aquela cabeceira e desce pelo córrego até sua foz no rio Manhuaçu.

4. Cónego Ricardo Búnzel [1°. Pároco]
Cónego Ricardo Guilherme Búnzel nasceu aos 15 de novembro de 1915, na cidade de Mülhein / Ruhr, Alemanha. Seus pais: Ignatz e Franciske Búnzel. É ele quem explica: Era costume o afilhado receber o nome do padrinho: Ricardo. Recebi o segundo nome de Guilherme em homenagem ao Imperador Alemão, e Búnzel de meu pai. Entrou no Seminário, na Alemanha, onde fez o curso médio e o de Filosofia.
Desejou ser missionário da Congregação dos Sacramentinos de Nossa Senhora, chegando ao Brasil aos 08/02/1939. Esteve apenas um ano em Manhumirim. Recebido na Diocese de Caratinga, fez o curso Teológico em Mariana, encerrando-o em dezembro de 1943. Por causa da II Guerra Mundial, atrasou sua documentação, sendo ordenado Padre somente aos 11/08/1946, na Catedral de Caratinga.
"Vim logo para Ipanema", conta ele, "recebendo as orientações e sábios conselhos de Pe. António Vieira Coelho", de 1946 a 1950.
Em 1951, foi visitar seus pais e, na volta, passou uns meses no Rio de Janeiro. "Dia 16 de julho de 1952, Dom Cavati me mandou para Pocrane, para ser o primeiro Vigário desta nova paróquia."
Construiu logo a sua Matriz e a Casa Paroquial. Quando foi criada a Diocese de Governador Valadares (01/02/1956), a Paróquia de Pocrane passou a fazer parte da nova Diocese; e Pe. Ricardo, do seu Presbitério, sendo Bispo Dom Hermínio MalzoneHugo.
No dia do seu Jubileu de Prata Sacerdotal, 11 de agosto de 1971, ele escrevia: "Graças a Deus, alguma coisa se tem feito nestes anos. Fizemos a nossa bela Matriz, justo orgulho dos Pocranenses. A torre majestosa com seu relógio iluminado que se vê de longe. No interior, os belíssimos vitrais, a via-sacra, o serviço de som, os ventiladores... A Casa Paroquial, ampla e séria, é a residência dos futuros Vigários de Pocrane".
Consta que foi neste dia de seu jubileu que Dom Hermínio lhe conferiu o título de Cónego.
Por motivo de enfermidade, Cónego Ricardo deixa a função de Pároco, em 1972, mas continua residindo em Pocrane, ajudando nos trabalhos pastorais, até seu falecimento, aos 29 de junho de 1990.

5. A construção da Igreja Matriz
É o Cónego Ricardo Bunzel quem escreveu, com sua letra, no Livro do Tombo da Paróquia.
"05/10/1952 foi o grande dia do lançamento da Pedra fundamental da futura Matriz de Pocrane. Com permissão e até exortação de Dom João Cavati, DD. Bispo Diocesano de Caratinga, lancei a pedra fundamental no local perto da Matriz Velha. O Vigário de Ipanema tinha lançado uma Pedra em local distante, mas com a Palavra do Sr. Bispo: "Lance outra", começamos a atividade. Foi celebrada missa campal no local, previamente preparado, com a assistência das autoridades do município e grande afluência da população católica; foi benta a pedra depois da missa, e colocados na urna retratos, moedas e a ata, assinada pelo Vigário e autoridades presentes.
Em março do outro ano, começaram-se as obras, depois da época da chuva. Com Cr$ 30.000,00 em caixa, aventuramos a obra; e, com a graça de Deus e de Nossa Senhora da Penha, saiu tudo admiravel­mente. A obra saiu, cresceu e ficou um majestoso templo em honra de Nossa Senhora da Penha: 32 metros por 12, conforme a planta, aprovada por Dom Cavati, com teto de cimento armado. É uma extensão regular, para as nossas neces­sidades de Pocrane. A Igreja é construída em estilo Gótico (baseada na de Graça Aranha).
Em 08/12/1958, foi levantada a cruz da nova Matriz, iluminada e vistosa; paroquianos das mais longínquas Capelas vieram para assistir à solenidade; no meio dos andaimes estavam os operários e puxaram, com grandes cordas de bacalhau, a Cruz para o seu lugar. Cantando hinos à Santa Cruz, foi o símbolo da cristandade colocado e chumbado no seu lugar definitivo, no alto da torre.
Em quinze de agosto de 1959, tivemos um novo triunfo. Pudemos colocar, no trono do frontispício da Igreja, a imagem de Nossa Senhora da Penha, de marmorite, e 1,50m de altura. Entre aplausos dos comparecidos, tomou Nossa Senhora da Penha posse do seu lugar de honra".

6. Padre Alberto Vieira
Pe. Alberto Vieira de Araújo, filho de Manuel Vieira da Costa e de Dona Rosa de Araújo Conceição, nasceu em Itamarandiba, MG,aos21/02/1918.
Entrou para o Seminário Menor da Congregação Redentorista, em Congonhas (1931), em Juiz de Fora (1938). Fez Seminário Maior em Tietê, SP. Recebeu a ordenação Sacerdotal na Igreja da Penha, São Paulo, SP (06/01/1944), como membro da Congregação do Santíssimo Redentor (C.SS.R.).
Exerceu o ministério como: Professor no Seminário de Congonhas (1945). Diretor da Revista "O Santuário de São Geraldo" (1948 e 1967), em Curvelo, MG. Diretor do "Cine Santo Afonso", na Tijuca, RJ (1950). Diretor da Rádio Congonhas (1961).
Pregou Missões Populares, por 13 anos, em 5 estados do sul do Brasil; e, por 3 anos, no nordeste (Paraíba, Ceará, Pernambuco e Sergipe), residindo mais de um ano em Propriá.
É um grande escritor, tendo colaborado em Jornais e Revistas. Dentre seus livros publicados, salientamos: "Curvelo do Padre Curvelo", com 314 páginas, Imprensa Oficial, 2ª. Edição, 1988.
2°. Pároco de Pocrane
Escreve o Pe. Alberto que chegou a Pocrane dia 29/05/72, vindo de Governador Valadares, para substituir Côn. Ricardo, que deixava a paróquia. A provisão assinada por Dom Hermínio Malzone Hugo, tem a data incerta de "dezembro de 1972". Mas, como consta no livro do Tombo, apenas no dia 18/02/1973 é que recebeu a chave da Casa Paroquial das mãos de Côn. Ricardo. Vamos considerar a primeira data como o início de seu paroquiato em Pocrane.
Pocrane volta à Diocese de Caratinga
Foi nesse período do Pe. Alberto, que as Dioceses vizinhas de Caratinga e Valadares entraram num acordo de permutarem Mutum e Pocrane por Sobrália, Engenheiro Caldas e Fernandes Tourinho, por motivo de proximidade geográfica.
Este acordo foi aprovado pela Santa Sé dia 30 de abril de 1976, assinado pelo Cardeal Dom Sebastião Baggio, Prefeito da Sagrada Congregação dos Bispos.
Alguns trabalhos de Pe. Alberto em Pocrane
Consta que Pe. Alberto se dedicou de corpo e alma ao atendimento da pobreza e à Promoção Social. Como diz Durço: "Inteiramente voltado às questões sócio-políticas que afligiam as ovelhas de seu rebanho".
"Na área de construções, Pe. Alberto fez uma sacristia, anexa à Matriz, à direita da Capela Mor; nos fundos da garagem, dois pavimentos para o "Jardim de Infância
Menino Jesus" e aulas de Catequese. Mas principalmente o Salão Paroquial, ou "Salão da Amizade", entre a Matriz e a Casa Paroquial.
Este Salão foi bento pelo santo Pe. Vítor Coelho (CSSR), no Jubileu de Prata da Paróquia: 16 de julho de 1977.
O outro grande trabalho promocional de Pe. Alberto foi a Igreja de São José Operário, civilizando uma área da Cidade, sem atendimento religioso, onde aconteciam todos os crimes da cidade. A casa "Rei dos Salgados" ou "Bambu", adquirida pela Igreja, foi transformada na Capelinha de São José, isso em 1973. Depois foram adquiridas mais duas casinhas anexas, onde, em 1980, se começou a construção de uma casa ampla, com 09 cômodos e um salão para Reuniões.
Pe. Alberto esteve mais de 10 anos à frente desta paróquia, voltando então ao seio da sua Congregação, em uma casa Redentorista de Campos, RJ.

7. Pe. Rino, 3°. Pároco
Com provisão de 02/01/83, Dom Hélio Gonçalves Heleno, Bispo Diocesano de Caratinga, nomeia Pároco de Pocrane o Revmo. Padre Rino José Diomiro Laghi Neto, que tomou posse aos 23 de janeiro.
Pe. Rino, filho de Giuseppe Laghi e Diomira Bruni, italianos, nasceu em São Paulo, dia 1°. de junho de 1921, voltando logo seus pais para a Itália, onde Pe. Rino foi criado, estudou e recebeu a ordenação sacerdotal aos 26/06/49, em Bréscia, como Pavoniano, da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada.
Em 1953 vem para o Brasil, como religioso (Vitória). Incardina-se na Diocese de Caratinga (07/10/54), exerce o Ministério em Inhapim (1954-1955), Ubaporanga (1955-1959), São Francisco do Glória (1959-1960), em Caratinga, construindo o Seminário (1960), volta a Ubaporanga (1962-1970), assume também Dom Cavati (1963), lapu e São João do Oriente (1965), Engenheiro Caldas (1970-1973), Bom Jesus do Galho (1973-1983) e Pocrane.
Trabalhos Pastorais de Pe. Rino
Já no dia 27/02/83, Pe. Rino reúne toda a liderança da Paróquia. Divide as 12 comunidades (Matriz e 11 Capelas) em 3 setores pastorais, assim:
1 °. Setor: Matriz, São José Operário, Pedra Lisa e Santa Maria. Coordenador: Luiz Severiano Coelho.
2°. Setor: Taquaral, Cachoeirão, Boa Vista e Paraíso. Coordenador: Paulo Ferreira Paz.
3°. Setor: Açaraí, Panorama, Cantinho do Céu e Barra da Figueira. Coordenador: Pascal Serafim da Costa.
Organizou igualmente o Conselho Pastoral Paroquial (CPP).
Dia 07/08/83, lança o projeto de uma Casa de Encontros, que se chamou CETRECRI = Centro de Treinamento Cristão, construída atrás da Matriz.
Capela do Paraíso
O local da antiga Capela, já em ruínas, foi abandonado pelo povo e o pequeno povoado em volta da Igreja foi desaparecendo.

A estátua do Indio Pocrane sendo colocada pelo padre
Rino, em frente à Igreja matriz de Pocrane no
dia 23-08-1985
 Pe. Rino demoliu o resto da Capela e a construiu em outro local mais habitado. Início das obras: maio de 1984.
Estátua de Pocrane e vandalismo
Dia 23/08/1985, Pe. Rino colocava, na Praça da Matriz, a estátua do índio
Pocrane, com uma placa comemorativa (ver foto página 23). Mas, no dia 25 de outubro, desordeiros quebraram a estátua. Pe. Rino colocou músicas fúnebres no alto falante da Matriz, o dia todo. É possível que este fato tenha abreviado sua saída de Pocrane, o que aconteceu no dia 31 de dezembro de 1985.
Pe. Rino, saindo de Pocrane, recebeu a paróquia de Entre Folhas, com Provisão de 1°. de janeiro e posse dia 26. Muito doente, submeteu-se a várias operações para estirpar um teimoso câncer. Nesse período, sua produção literária, já extensa, aumentou muito. Pe. Rino veio a falecer em Belo Horizonte, onde se achava em tratamento, dia 29/10/1994.

8. Pe. José Pereira, 4°. Pároco
A Provisão do Sr. Bispo para o novo Pároco de Pocrane, Pe. José Pereira de Souza, tem data de 01/01/86. A tomada de posse foi dia 09 de fevereiro, pelo delegado do Sr. Bispo, Pe. Geraldo Majela de Lima Mayrink, que veio vários dias antes, para preparara chegada.
A posse foi soleníssima, escreve Pe. Pereira. Pe. Levy o acompanhou em um ônibus cheio, vindo de Carangola, onde Pe. Pereira trabalhara 4 anos. Comandada pelo Pe. Mayrink, uma grande caravana de carros juntou-se a eles, no trevo de Pocrane, da estrada de Manhuaçu-Aimorés. O discurso de saudação foi do Dr. Taumaturgo. E a chave simbólica da paróquia foi-lhe entregue pelo Côn. Ricardo!
Trabalhos pastorais de Pe. Pereira
Na primeira reunião da liderança feita pelo Pe. Pereira, dia 16 de fevereiro de 1986, foi escolhida nova coordenação: Taumaturgo Valim de Morais (coordenador), Nenzinho Vidal (vice), Manoel Pereira Lopes (animador da matriz), Juracy Corrêa Lopes e Hélio de Souza Lima (tesoureiros). Uma importante Assembleia Paroquial aconteceu dia 27 de abril.
O novo Pároco teve um grande cuidado de, em cada comunidade, visitar a todos, casa por casa.
Os quatro anos de Paroquiato de Pe. Pereira foram marcados por um intenso trabalho pastoral sócio-político, cursos, encontros e reuniões muito freqüentes. Passou o mês de janeiro de 1987 em São Paulo, fazendo um curso de Liturgia.
Na Assembleia Paroquial de 1987 (10 a 12 de outubro), o CPP foi remodelado, por Pastorais. Assim: Família: José António; Catequese: José de Anchieta; Juventude: Romildo Alves; Promoção Humana: Francisco Elisiário; Casa de Cursos: Olivier Dias; Política: José Viturino; Sindicato: Leanir de Oliveira Carvalho; Dízimo: Manoel Vidal; Comunicação: Irani Bastos; Vocações: Eva Inácia; Vicentinos: Sebastião Aleixo; CEBs: Wilson Viana; Liturgia: Adelina Ferreira; Coordenador Geral: Manoel Lopes.
Cónego Ricardo e Pe. Alberto homenageados
Dia 22 de maio de 1989, a Paróquia celebrou, com gratidão e alegria, a festa dos 50 anos da chegada de Cónego Ricardo ao Brasil.
Naquele dia Dom Hélio Gonçalves Heleno presidiu a Santa Missa, às 15:00h, concelebrada por uns quinze padres. Logo após, o presidente da Câmara, lone Alves de Amorim, e o Prefeito Municipal, António Martins de Paiva, entregaram ao Pe. Alberto o título de cidadão honorário de Pocrane.
Pe. Odilon, Administrador interino
Dia 1°. de janeiro de 1990, Pe. José Pereira de Souza entrega a paróquia de Pocrane ao forâneo, Pe. Odilon Guimarães Moreira, nomeado por Dom Hélio para recebê-la e passá-la ao novo pároco que seria ainda nomeado.
Recebeu de Pe. Pereira um relatório de tudo o que havia na Igreja, na Casa Paroquial, na Casa de Cursos e na Secretaria. Pe. Pereira deixava a Paróquia com um saldo bancário de NCz$42.359,65 e mais um carro Gol, novo. Ficou ainda em Pocrane, até o dia 06 de janeiro, partindo para São Paulo, onde faria um curso de mestrado em Teologia.

Padre Léssio faleceu em São João do
Oriente no dia 26 de julho de 2099
aos 75 anos.
9. Pe. Léssio Guedes, 5°. Pároco
Pe. Léssio Guedes recebeu a provisão de Pároco de Pocrane, com data de 22 de fevereiro de 1990. A posse foi aos 04/03/1990, dada pelo Pe. Odilon. Presentes Pe. José Moreira Bastos Neto e Côn. Ricardo Bunzel.
Falecimento de Côn. Ricardo
Dia 29 de junho de 1990, faleceu Côn. Ricardo Guilherme Bunzel. Seu sepultamento, no mesmo dia, às 17:00h, teve a missa de corpo presente presidida por Dom Hélio Gonçalves Heleno e concelebrada por Pe. Geraldo Majela do Carmo, Pe. Odilon, Pe. José Moreira e pelo Pároco.
Trabalhos Pastorais de Pe. Léssio
Instalou novo serviço de som na Matriz (08/09/1990), Curso para Catequistas, com Dona Cora (19/10/1990), armário com 07 portas, para a Sacristia (1990), 80 bancos novos (abril 1991), reforma na Casa Paroquial (encerrada dia 06/06/92), Visita Pastoral de Dom Hélio Gonçalves Heleno (11 a 15/06/92). Iniciou-se a Pastoral da Criança (1993), aquisição de 80 cadeiras universitárias para as salas da catequese.
Dia 05 de março de 1991, o pároco celebrou seu Jubileu de Prata Sacerdotal, com a presença de Dom Hélio, 18 padres e 1 diácono.
Creche, Asilo, Igreja São José, Despedida
Em 1994 e 1995, foi construída a Creche "Crianças Alegres", em terreno que faz fundos com a Igreja Matriz e frente para a rua Nilo Pinheiro; e o Asilo São Vicente de Paulo (Verfotos à página 37).
Foi toda reformada a Igreja São José, no Bairro Côn. Ricardo.
O Asilo foi inaugurado no dia de São Vicente de Paulo (27/09/1995), a creche e a Igreja São José, dia 27 de novembro. Ambas as inaugurações com a presença do Sr. Bispo Diocesano.
Com uma Carta Pastoral dirigida a toda a Paróquia de Pocrane, agradecendo e aconselhando, como São Paulo apóstolo, Pe. Léssio se despede, logo no início de dezembro de 1995, apresentando seu sucessor, o jovem Pe. Waldir.

10. Pe. Waldir, o 6°. Pároco [3 provisões]
A primeira Provisão de Pe. Waldir da Silva Soares, com data de 03/12/1995, foi para administrador paroquial de Pocrane.
Pe. Waldir nasceu na Barra do Batatal, município de Ubaporanga, aos 22/02/1966. Filho de João Gregório Soares e Luzia da Silva Soares. Residiu em Imbé de Minas, onde estudou até a 5ª. Série, depois em Bom Jesus do Galho, até o 1 °. ano do 2°. grau. 2°. e 3°. anos, na Comunidade Voca­cional de Conceição de Ipanema. Semi­nário Diocesano de Caratinga (1987-1993). Fez estágio Pastoral em Carangola (1994), recebeu o Diaconato (julho de 1994), trabalhando em Ipanema e, depois, em Santo António do Manhuaçu, sob a coordenação de Pe. Léssio.
Recebeu a ordenação Presbiteral dia 08/01/1995, em Bom Jesus do Galho, continuando em Santo António do Manhuaçu até dezembro de 1995.
Chegando a Pocrane (dezembro de 95), reorganizou as Pastorais e o CPP, cuja diretoria foi eleita pela Comunidade: Manoel Pereira Lopes (presidente), Sebastião Gordo (vice), Maria Guimarães (secretária), Luiz Sufia (vice), Juarez (tesoureiro) e Geraldinho(vice).
Na Assembleia Paroquial, de 18 a 20/02/1996, as 23 Comunidades da Paróquia foram divididas em 4 setores. Setor 1: Barra da Figueira, Santa Maria, Pedra Lisa, São José, Matriz e São Benedito; Setor 2: Santa Cruz, Bocaina, Taquaral, São Pedro, Ilha, Santa Bárbara, Bom Sucesso; Setor 3: Acaraí, Panorama, Sapucaia, Chico Avelino, Barra Alegre, Cantinho do Céu; Setor 4: Cachoeirão, Paraíso, Safira e Boa Vista.
Em 1996, a Paróquia adquiriu uma aparelhagem de som a nível profissional para missas campais, e novo som para a Matriz. E também instrumentais: bateria, teclado, guitarra e baixo. Ainda um retro-projetor. De 6 a 10/07/96, a paróquia recebeu a Visita Pastoral de Dom Hélio Gonçalves Heleno. A Festa da Padroeira (08/09/96) teve carreata, missa presidida pelo Sr. Bispo e show pirotécnico, prejudicado pela chuva.
Segunda Provisão: Pároco
Dia 1°. de janeiro de 1997, Pe. Waldir recebe Provisão de Pároco de Pocrane, por cinco anos. Pe. José Moreira Bastos Neto, por delegação do Sr. Bispo, deu-lhe posse solene, dia 25 de janeiro.
E o trabalho de Pe. Waldir, agora Pároco, continua ainda mais intenso, nas Pastorais, e nas obras materiais. Houve nova Visita Pastoral de Dom Hélio (29 de julho a 02 de agosto 2000). Festa da Padroeira cada vez mais animada, shows e realizações as mais diversas. Pe. Waldir tem lançado, no livro do Tombo, o resultado de suas pesquisas sobre a Padroeira, Nossa Senhora da Penha, e sobre a história de cada Comunidade. É uma grande riqueza de dados históricos.
Trabalho muito importante também realizado por Pe. Waldir foi a criação e aprovação do Estatuto da Paróquia; e a regularização das Escrituras de quase todas as Capelas.
Terceira Provisão: Administrador
Vencido o tempo de validade da Provisão de Pároco, dada por 5 anos, Dom Hélio lhe concede a Provisão de Administrador Paroquial de Pocrane, dia 1°. de janeiro de 2002. E Pe. Waldir continuou em Pocrane até 22 de março de 2002.
Fazendo uma revisão dos 6 anos de seu Paroquiato, Pe. Waldir lembra, entre outros, estes trabalhos: Reforma geral da Matriz, outro grande salão paroquial atrás da Matriz, fundação do Edifício Monte Moriá, reforma na Casa Paroquial e no Escritório, construção das Capelas de Bocaina, Bom Sucesso, São Pedro, Panorama, Santa Bárbara e São Judas Tadeu.
Ainda Rádio Comunitária completa, máquina de Xerox grande, computadores para o Escritório, três carros (Gol, Uno e Fusca), estes dois para atendimento das comunidades rurais, etc.



11. Pe. David, 7°. Pároco de Pocrane
O 7°. Pároco de Pocrane, Pe. David José Gonçalves, recebeu a Provisão de Dom Hélio Gonçalves Heleno, com data de 1°. de março deste ano de 2002.
O Forâneo, Pe. Silas de Paula Barros, lhe dá posse solene, dia 19 de março. Logo no mês seguinte, dia 11 de abril, a Paróquia comemora o 50°. aniversário Natalício de seu novo Pároco.
Dados Biográficos
Filho de Elias Fernandes Gonçalves e de Da. Maria Barbosa Gonçalves. Nasceu em Alto Jequitibá (ex Presidente Soares), aos 11 de abril de 1952.
Fez Letras Português/Inglês, na FAFIC (Caratinga), Curso de Filosofia no Seminário Diocesano e na PUC de BH, Curso de Teologia no Seminário Diocesano de Caratinga e na PUC-Rio.
Recebeu o Presbiterato em Lajinha, aos 02/02/1986, de Dom Hélio Gonçalves Heleno.
Exerceu o Ministério: Simonésia (1986-1998), São Francisco do Glória (1998), lapu (1999-2002). É o 7°. Pároco de Pocrane (desde 01/03/2002).

2. Pastorais Existentes
Pastoral Familiar: Leanir Linhares de Freitas e Leila Dalva.
Pastoral do Batismo: José Alcides Sobrinho.
Pastoral Catequética: Dinorá Ferreira Lopes.
Pastoral dos Comentaristas:
Manoela Marques de Souza.
Pastoral do Dízimo: Maria Helena Medeiros e Maria
Aparecida Soares.
Pastoral dos Enfermos: Rosalina Ferreira da Silveira.
Pastoral da Juventude: Eriça Cristina da Silva.
Pastoral da Saúde: Reinaldo Simplício e Helena Luciana.
Pastoral da Criança: José Maria Maia e Maria do Carmo
Coelho Maia.
Pastora/das Exéquias/Agostinha Bem de Lima.
Pastoral Litúrgica:
1°. Domingo: Grupo Missionários da Paz e Grupo de Jovens.
2°. Domingo: Vicentinos e Pastoral da Criança - Pastoral Familiar.
3º. Domingo: Pastoral do Dízimo.
4°. Domingo: Grupo da Vânia e Tocadores.
Coordenadora Geral:   Maria do Carmo Ribeiro da Silva.
Temos na Paróquia 70 Grupos de Reflexão com o total de 125 Diretrizes e 314 Roteiros.
A Pastoral da Criança atende a 115 crianças, com acompanhamento desde a gestação até os 6 anos de idade.
A Paróquia Nossa Senhora da Penha pertence à Forania de Ipanema.

3. Asilo São Vicente de Paulo
A cidade passui um Asilo, que foi inaugurado dia 27 de setembro 1995, com uma belíssima Missa celebrada pelo nosso Pastor Diocesano, Dom Hélio Gonçalves Heleno,   tendo como  concelebrante o Pe. Waldir da Silva Soares.
Atende aos nossos idosos desde janeiro de 1996. O Asilo tem no total 25 cómodos. Cada quarto tem três leitos e atende a 16 idosos.
Coordenação atuante
Provedor: José Felicíssimo de Morais. Tesoureiro: Carlos Magno. Secretária: Léa Silva.

4. As 23 Capelas da Paróquia
Na parte religiosa temos no total 23 capelas, sendo 21 na zona rural e 02 na sede. São elas:
1. Açaraí- Padroeiro: São Sebastião Coordenador: Gabriel Bernardino de Assis.
2. Barra Alegre - Padroeiro: São Francisco de Assis. Coordenador: Joaquim Severíno Coelho.
3. Barra da Figueira - Padroeiro: São Jerônimo Coordenador. João Quintinho,
4. Bocaína - Padroeira: Nossa Senhora Aparecida. Coordenadora: Vanilda de Oliveira.
5. Boa Vista - Padroeiro: Sagrado Coração de Jesus. Coordenadora: Dolores Pereira Zacarias.
6. Cantinho do Céu - Padroeira: Nossa Senhora
das Graças. Coordenador: Sebastião Lourenço da Silva.
7. Cachoeirão - Padroeiro: Santo António. Coordenador: Wilson Viana.
8. Chico Avelino - Padroeiro: Santos Reis Magos. Coordenador: Sebastião Batista de Souza.
9. Ilha - Padroeira: Nossa Senhora Aparecida. Coordenador: João Avelino da Silva.
10. Ferrugem-Padroeiro: São João Batista. Coordenador: Manoel Angelo Goulart.
11. Pedra Lisa - Padroeira: N. Senhora Aparecida. Coordenador: João Batista Ferreira de Castro.
12. Paraíso - Padroeira: Santa Rita de Cássia. Coordenador: Adão Lopes Perroud.
13. Santa Bárbara - Padroeira: Santa Bárbara. Coordenadora: Castorina Cândida de Almeida Neiva.
14. Santa Cruz- Padroeiro: São Brás. Coordenadora: Glória Maria Ribeiro.
15. Safira - Padroeiro: São Vicente de Paulo Coordenador: Adão de Souza,
16. Santa Maria - Padroeiro: São Sebastião. Coordenador: Sebastião Gomes de Paula.
17. Sapucaia - Padroeira: Sant’Ana. Coordenadora: Maria Aparecida Silvério de Castro.
18. São José (sede) - Padroeiro: São José. Coordenadora: Terezinha Gonçalves Rodrigues.
19. São Judas Tadeu (sede) -Padroeiro: São Judas Tadeu. Coordenadora: Oracina de Souza e Silva.
20. Taquaral - Padroeira: Nossa Senhora da Conceição. Coordenador: Avelino José da Silva.
21. São Pedro - Padroeiro: São Pedio. Coordenadora: Vânia Maria dos Santos.
22. São Benedito - Padroeiro: São Benedito do Coração de Maria. Coordenador: Sebastião Eliodoro Cordeiro.
23. Bonsucesso - Padroeira: Nossa Senhora de Fátima. Coordenador: Manoel Trajano da Silva.

12. Pe. Ely da Terra Cristo 8º pároco de Pocrane

Em construção